Tempo!

Pedes-me que escreva o que sinto,
Mas não encontro as palavras para o fazer.
Sinto-me perdida entre as linhas,
Porque não sei o que escrever.
Mas quando a razão dá lugar ao coração
e deixa a alma falar em voz alta,
não existem nesta folha linhas,
pois até espaço falta.
Existe tanto para contar
De um passado que já é vasto.
De um futuro que a passos largos se aproxima
E de um presente que em passos curtos se desgasta.
Sim, desgasta!
Porque o tempo escapa-nos entre a vida
Como a areia escapa entre os dedos.
É impossível segurá-lo,
E vivê-lo sem medos!
Oh medos…
Que palavra fui eu dizer!
São os medos de tentar,
Que não nos deixam viver!
O relógio gira ininterruptamente,
Sucede-se a noite e o dia!
Nasce o sol e surge a lua,
Porque espero eu por ti, magia?

AR